MEU PATO DE ESTIMAÇÃO

Ontem me dei ao lousho de fazer um típico programa de mulher. Ir ao shopping com a minha mãe. E lousho porque os tempos são outros e ninguém mais está podendo sair de shopping com quinze sacolas na mão - aliás, acho que o único lugar que a gente sai com quinze sacolas é o supermercado, e em casos de pós-laxante, que precisamos comprar todo o estoque de papel higiênico mais bananas e maçãs, se não, nem isso.

Enfim, entre uma namorada de vitrine e outra, eis que minha mãe resolveu me dar um presente. Não tinha zíper, nem salto, nem pluma nem paetê, mas eu enchi tanto o saco dela que ela comprou pra mim esse lindo chaveirinho lanterna em forma de pato de borracha! E ele ainda faz um barulho como um pato de verdade! Não é a coisa mais fofa?


Ele me lembra tanto o Donaldinho, meu pato de estimação que eu tinha em Barcelona...Senta que lá vem a história. Vem, gente!



A SAGA DE DONALDINHO

Pois é, eu tive um pato de estimação. E antes que pensem que esqueci de tomar meus remédios, a loucura começa muito antes, nas próprias ruas de Barcelona, que vendem animais como se fossem souvenirs (!). Nas Ramblas, o principal calçadão da cidade onde tem de tudo, de estátua humana a vendedor ambulante e ilegal de cerveja por um euro, há uns quiosques que vendem filhotes de animais. Peixes, coelhos, pintinhos, mini galinhas, pássaros, ramsters, ratos (??) e... patos. 

Eis que um belo dia, um dos hóspedes do Kabul, o albergue que eu trabalhava, em sua alcóolica sanidade mental, resolveu comprar dois peixes - o Jack e o Daniel - e um pato - o Donaldinho - para presentear a galera que trabalhava no bar do albergue. Ou seja, a pessoa que vos escreve e seus colegas de trabalho.

Obviamente, Jack e Daniel, criados numa caneca de cerveja (com água) não resistiram ao ambiente etílico e faleceram ao terceiro dia. Vi que tinha que salvar Donaldinho. Então adotei o pato, levando para minha “casa”, apartamento que dividia com mais 3 pessoas.

PENOSA ROTINA

Eu não sei se alguém aqui já teve um pato de estimação. Eu não tinha tido nem um cachorro, quanto mais um pato. Literalmente, penei.

Patos fedem. Muito. Cagam a toda hora. Pra minha sorte, há uma imensidão de produtos de limpeza para todos os fins nos supermercados europeus. Comprei uns quinze tipos de lenços umedecidos. Donaldinho ficava na sua gaiola – que logo tive que comprar um gaiolão – e quando eu chegava em casa eu o soltava um pouco para ele circular pelo apartamento. E dá-lhe correr atrás limpando seus dejetos.

O mais complicado era a comunicação. Eu não sei quem inventou que patos fazem QUA QUA. Não. Fazem pipiipipiiiiiiiii (como aquele alarme do seu rádio relógio de segunda feira de manhã). Agora imagina o meu pato fazendo esse barulho quando eu voltava do trampo às 3 da manha, e eu DESESPERADA para que ele não acordasse os outros membros da casa. ¬¬


PAGANDO O PATO

Como todos animais, de estimação ou não, Donaldinho precisava passear, tomar banho, comer e brincar. E como fazer isso sem coleira, sem veterinário, sem grana e tocando o Master e o bar ao mesmo tempo?

Fica pro próximo post. Só adianto que Donaldinho andava de bicicleta e tomava banho comigo...

4 comentários:

  1. Cami, ADOREI o conto, ou será causo? Minha irmã tbm ganhou um pato de estimação. A diferença é que ela tinha 2 anos e esmagou o coitado com um tamanco de madeira! Conclusão: crianças e patos não combinam. Ou: tamancos de madeira não combinam com patinhos.
    Muitos beijos!

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  2. Tadinho Silvia! Não sei quem era pior, se a sua irmã que pisou nele, ou se o pato, que não soube fugir. Mas fala sério,tamancos combinam com HOLANDESES, né?

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  3. Ah...Quero saber por onde anda Donaldinho nos dias atuais!

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